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Ações de solidariedade ganham destaque e relevância entre as divulgações das empresas

  •  Juliana Dias  |  
  •  30 de abril de 2020

Independente do segmento, empresas e empresários perceberam que ações de cunho social se destacam, ganham adesão do público e se tornam grandes correntes do bem

“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.”  Bezerra de Menezes

Não é só pela incerteza que este momento está sendo marcado. O que percebemos de forma geral é que o espírito de união e solidariedade tomou conta das pessoas, empresas e empresários que, em diferentes escalas e ambientes, buscam combater ou minimizar os impactos causado pelo novo coronavírus (covid-19). 

No marketing, podemos acompanhar várias empresas, dos mais diversos segmentos, propondo ações conjuntas para aumentar o potencial de divulgação de seus canais digitais, como o exemplo das lives realizadas por grandes marcas e artistas, com a prerrogativa da arrecadação de doações para ONGs, transformando o que seria apenas uma ação de marketing em uma grande corrente do bem. 

Os sertanejos Marília Mendonça e Gusttavo Lima impressionaram pelos números. A artista bateu o recorde de acessos simultâneos com mais de 3,3 milhões de visualizações no Youtube e arrecadou R$ 400 mil reais, 200 toneladas de alimentos e 500 quilos de álcool gel. Gusttavo, por sua vez, ficou ao vivo por sete horas e fez inusitadas ações de marketing ao longo de sua apresentação, que mesmo em meio a polêmicas, cumpriu seu papel solidário. 

Também podemos mencionar outras iniciativas, entre elas a produção de produtos de primeira necessidade, como o álcool gel, ações de apoio a negócios que estão com suas operações afetadas pela imposição do isolamento social e as doações para entidades assistenciais e pessoas em condição de vulnerabilidade social.

Apoio a parceiros

No ramo da alimentação e bebidas, diversas iniciativas chamam a atenção do público em ações criativas para o momento, mas seguindo uma lógica já bem conhecida dos sites de compra coletiva. Marcas de cerveja como a Bohemia e a Heineken promovem campanhas na internet em que o cliente compra antecipadamente o voucher para usar em bares parceiros, quando o período de isolamento social passar. Para estimular o público a investir antecipadamente, a marca de bebida patrocina um desconto. Há casos que o cliente pode consumir o dobro do valor investido no voucher. 

Para os bares e restaurantes, o voucher é uma possibilidade imediata de entrada de caixa. Para o cliente, é sinônimo de economia no futuro. Para a marca de bebida, além do grande apelo institucional, é uma forma de incentivar seus maiores parceiros a se manterem neste momento, projetando a retomada das atividades dentro de algumas semanas. Outra grande marca do ramo da alimentação que anunciou ajuda aos seus parceiros foi iFood, com a criação de um fundo R$52 milhões para apoiar pequenos e médios restaurantes e entregadores. 

União entre concorrentes

E o momento é mesmo de união.  Empresas do ramo da beleza que são concorrentes se uniram e mostraram apoio logo nos momentos iniciais da crise de saúde. Com a indicação do álcool gel como um dos principais modos de evitar a contaminação pelo vírus, o produto logo começou a faltar nas prateleiras dos mercados e farmácias. A Avon e O Boticário, que disputam o mesmo mercado, se uniram à usina São Martinho e processaram e envasaram 15 mil quilos de álcool gel e 150 mil litros de álcool em solução 70% para serem doados para a Secretaria de Saúde de São Paulo. Um belo exemplo de que neste momento a causa ultrapassa questões comerciais. 

De acordo com a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), mais de R$850 milhões de reais já foram arrecadados. O montante é formado por grandes doações, mas também por contribuições de pessoas físicas, que disponibilizaram em média R$ 30 reais, mostrando que mais do que o valor, a intenção faz a diferença quando há engajamento. Esse valor é o maior já arrecadado em 50 anos. 

Doações em alta

Entre outras possibilidades de apoio estão campanhas das  instituições de saúde, como o Hospital das Clínicas, que promove a #VemParaGuerra para levantar 10 milhões para compra de equipamentos e insumos médicos (https://www.charidy.com/vempraguerra). Uma importante ação nesse sentido foi a da ONG Comunitas, que arrecadou R$35 milhões para compra de respiradores para hospitais de São Paulo. 

Iniciativas menores, mas não menos importantes, como a dos chefes de restaurantes Henrique Fogaça e Alberto Hiar, levam comida à moradores de rua. Na ação Marmita do Bem já foram distribuídas mais de 7 mil refeições em 12 dias. Ações como essas são vistas em praticamente todas as cidades do país, assim como as doações para instituições assistenciais.

Cliente Suave

Grupos de supermercados são algumas das instituições mais comprometidas. No interior de São Paulo e sul de Minas Gerais, a Rede Tonin Supermercado e Superatacado tem doado cestas básicas e produtos de limpeza para instituições sociais de várias cidades onde atua, além de uma doação de mais de 1.500 litros de álcool gel para hospitais de 12 cidades. De acordo com as instituições que receberam os produtos, desde o início da crise, houve uma diminuição no recebimento de doações espontâneas, o que levou as entidades a procurarem ajuda de diversos parceiros. 

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